Bolsonaro diz que ‘golpe não existiu’ e prevê interrogatório longo: ‘Se preparem, serão horas’
Fala foi dada antes da retomada da sessão no 2º dia de interrogatório dos oito acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022
Brasília|Gabriela Coelho e Bruna Lima, do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro previu, nesta terça-feira (10), que realizará um interrogatório longo ao STF (Supremo Tribunal Federal) na ação sobre tentativa de golpe de Estado em 2022. “ [Se puder] ficar à vontade, se preparem, vão ser horas”, adiantou.
Bolsonaro pretende “fazer retrospectiva”, de modo a defender que a tentativa de golpe “não cai na presidência”.
Além da expectativa, o ex-presidente também afirmou que “o golpe não existiu”.
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Dos oito réus do “núcleo 1″, Bolsonaro será o sexto a depor. Isso porque foi estabelecida uma ordem alfabética para organizar os interrogatórios, com exceção de Mauro Cid que, por ser o delator da ação, foi o primeiro a falar.
Os réus estão sentados da direita para a esquerda, na seguinte ordem:
- Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.
Dinâmica
Os interrogatórios dos réus do “núcleo 1″ começaram nessa segunda-feira (9), com as falas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem.
Veja imagens dos interrogatórios sobre tentativa de golpe de Estado
Braga Netto é o único que será interrogado por videoconferência, visto que o militar está preso de forma preventiva desde dezembro de 2024.
Crimes dos réus
Quase todos os réus do “núcleo 1″ são acusados de cinco crimes:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
- Tentativa de golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça; e
- Deterioração de patrimônio tombado.
A única exceção é Alexandre Ramagem, que responde por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
Por decisão do STF, a ação penal contra o deputado em relação aos outros dois crimes só vai ser analisada ao fim do mandato dele.
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